quarta-feira, 17 de outubro de 2012

A JANELA

Quem olha para esta janela sobre sua base de pedra, talvez diga que é exageradamente complicada. Atravessam-na volteios, laços, treliças, símbolos, formando um conjunto que exige um olhar decifrador. A janela, prestando-se ao delicado ofício de mirar, a ele também se oferece. Na grande rede cultural da Literatura, dialogam conosco e de dentro dos textos que lemos, as leituras efetuadas pelos escritores de todos os tempos. 
A pesquisa que empreendemos busca estabelecer um estudo analítico da presença de matrizes culturais do ocidente em narrativas portuguesas e brasileiras produzidas entre o século XIX e a contemporaneidade. É fato que boa parte das produções científicas e artísticas são construídas a partir da re-elaboração de uma herança cultural que as antecede. Com a literatura, esse procedimento potencializa-se e a presença das matrizes culturais que alimentam a história da humanidade se corporifica nos textos. A Mitologia greco-romana, a Bíblia Sagrada e, sobretudo, elementos da própria literatura estão sempre presentes nas obras, ora mais explícitos, ora mais implícitos. É, pois, em busca de identificar e realizar uma leitura analítica de tais referências, citações, relações e adaptações dessas matrizes que nos pomos a caminho, dispostas a deslindar os imbricados fios que se nos apresentam.    

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